Museu de Arte Murilo Mendes | MAMM
Exposição narra história da cidade através de quadros e textos de importantes artistas da cidade
Resgatar a história da cidade, através de quadros e trechos de obras literárias de conhecidos nomes da cultura juiz-forana, é a missão da mostra Juiz de Fora, Verbo e Cor – Das origens ao início do século XX, que será apresentada ao público nesta quinta, 23, às 20h, em abertura solene, no Museu de Arte Murilo Mendes. Composta por 20 obras de 18 artistas, distribuídas pelas galerias Retratos-relâmpago e Poliedro, a exposição narra a trajetória de Juiz de Fora, da fundação até o início do século XX, mostrando a importância do município para a história e a cultura do Brasil.
Fatos como o surgimento do Caminho Novo e a construção da Usina de Marmelos são alguns dos importantes feitos da cidade contados na exposição por grandes nomes das artes plásticas e da literatura. Trabalhos de pintores como Carlos Bracher, Heitor Alencar, Silvio Aragão, Jayme Aguiar, entre outros, são acompanhados, quadro a quadro, por textos de Murilo Mendes, Pedro Nava, Affonso Romano de Sant’anna, Rachel Jardim, Jair Lessa, Manuel Bandeira e outros mais. Ao final, o visitante forma um panorama, em cores e poesia, da história do município.
Das caravelas portuguesas de Jorge Arbach até a passagem do cometa Halley pintada por Renato Stehling, a mostra, eclética em estilos, ainda reúne os traços abstratos de Augusto Petrillo, para ilustrar a descoberta do ouro em Minas, assim como o realismo de Frederico Bracher. Além disso, combina os traços acadêmicos de Silvio Aragão com a ousadia pictórica de Eliardo França.
De acordo com o idealizador da Verbo e Cor, o pró-reitor de Cultura Gerson Guedes, a decisão de mesclar artistas contemporâneos com grandes nomes do passado advém da intenção de ressaltar como a cidade constitui uma importante referência cultural. “A efervescência cultural de Juiz de Fora produziu e continua produzindo, seja na pintura, seja na literatura, importantes artistas para o Brasil e para o mundo. E isso está em consonância com a própria história da cidade, que foi pioneira em muitas coisas.Teve a primeira usina hidroelétrica da América do Sul, a primeira rodovia pavimentada do país. O nosso Cristo é mais antigo que o do Rio de Janeiro. E por aí vai… Então, nada mais justo do que contar essa brilhante trajetória, pelas letras e pinceladas dos importantes nomes que daqui surgiram ou por aqui passaram. Trata-se de uma história gloriosa contada por artistas de excelência.”
Biblioteca Dormevilly
Além da exposição Verbo e Cor, a noite do dia 23 também marca a abertura do setor de literatura do acervo Dormevilly Nóbrega. Segundo o biblioteconomista responsável pela catalogação do material, Rafael Cestaro, a parte de literária, assim como toda a biblioteca, guarda uma documentação preciosa sobre Juiz de Fora. “Na parcela que vamos inaugurar, temos obras raras de importantes escritores juiz-foranos, como Belmiro Braga, Cleonice Rainho, Albino Esteves, Lindolfo Gomes, Estevão de Oliveira, entre outros. São títulos importantes não apenas em razão da qualidade intrínseca das obras, mas também devido ao registro histórico da vida no município neles contida”.
Dormevilly Nóbrega ficou conhecido por seu trabalho filantrópico ao montar um grande acervo bibliográfico em sua própria casa e disponibilizá-lo para consulta à população de Juiz de Fora. Depois da morte do jornalista em 2003, a Pró-reitoria de Cultura adquiriu o acervo completo, que contém livros e periódicos a respeito de diversos assuntos, totalizando cerca de 9 mil títulos.
A parcela bibliográfica disponível à consulta do público, no MAMM, contém apenas os volumes referentes à literatura, que contabilizam cerca de 2 mil títulos. O restante do material será disponibilizado na medida em que os trabalhos de restauração e catalogação forem concluídos.