Museu de Arte Murilo Mendes | MAMM
“A poesia é o lugar, por excelência, da problematização das condições humanas”, afirma Alexandre Faria, autor do livro “Venta Não”, a ser lançado nesta quinta, 8, às 19h, no Museu de Arte Murilo Mendes(Mamm). Partindo da reflexão sobre a vida contemporânea e a “percepção do cotidiano para além da metafísica”, “Venta Não” brinca com o tempo e trata da dualidade da projeção de um futuro melhor versus o presente insatisfatório, e a possibilidade de uma existência plena com o que há agora.
O livro conta 90 poemas e está divido em duas partes. A primeira, composta por 81 poesias independentes, deve ser lida do início ao meio. Este trecho da obra gira em torno de um mesmo assunto: o agora, o presente e a libertação do corpo. A segunda possui 81 versos organizados em nove poemas com linearidade, que devem ser lidos do fim do volume ao meio. O segundo trecho narra a história de um homem com um chip implantado sob a pele. O eletrônico eventualmente falha causando o que o autor chama de festa, “uma liberação de todos os significados que o corpo pode assumir dependendo de quem o analisa”.
“O formato justifica a relação do leitor atual com o livro”, esclarece Faria, sujeito acostumado à mídia digital, conhecido por publicar seus trabalhos em blogs e sites, mas que optou por aproveitar o suporte físico do livro impresso.
Para Faria os canais eletrônicos apresentam mais potencialidades do que os “canais físicos” por diversas razões: “tiragem” ilimitada, acesso disponível a um maior número maior de pessoas e os gastos menores. “Contudo – afirma o autor-, a confecção do volume em papel foi importante por conta da configuração do livro que permite uma modalidade diferenciada de leitura, mais adequada a ideia do projeto”