Exposição celebra os 18 anos do MAMM e reverencia o pesquisador e artista Arlindo Daibert
Celebrando seus 18 anos, comemorados no último dia 20, o Museu de Arte Murilo Mendes da Universidade Federal de Juiz de Fora (MAMM/UFJF) apresenta, na galeria Retratos Relâmpago, a exposição Convergências: o real e o poético. Orientada pela pesquisa de Arlindo Daibert sobre Murilo Mendes, a mostra reúne também obras incorporadas ao acervo do museu ao longo de sua história.
“Ao comemorar sua maioridade civil, o MAMM/UFJF reencontra orientações fundamentais no seu trajeto, interpretando e divulgando, a partir de suas exposições e seus acervos. Dessa forma, o museu cumpre sua missão de divulgar as coleções – de artes plásticas e de livros – e a obra literária de nosso patrono Murilo Mendes”, explica Paulo Alvarez, responsável de Divisão de Expografia do museu.
A escolha de rememorar Daibert neste momento se deu, principalmente, por dois motivos: em 2005, a primeira exposição do MAMM/UFJF – O poeta colecionador – foi norteada pela análise do artista sobre a coleção muriliana; além disso, 2023 marca 30 anos de sua morte. “A poesia de Mendes e seu universo infinito foram tantas vezes estudados por Arlindo Daibert, desde sua imersão na biblioteca do poeta – adquirida pela UFJF em 1977 – à concepção e montagem de exposições e projetos diversos sobre nosso patrono e a visita inédita à reserva técnica que guardava a coleção de artes plásticas de Mendes em Lisboa”, analisa. Em 1993, no dia de seu aniversário e poucos dias antes de sua morte, Daibert “desliga-se do affaire Murilo Mendes”, conforme pode ser lido no livro Diários: excertos, publicado pelo Selo MAMM em 2018. “Nesses 30 anos, marcados pela sua ausência, é importante ressaltar o valor deste artista, professor, crítico de arte, sempre reconhecido como uma grandeza na produção e incentivo à cultura local”, reverencia Alvarez.
2023 marca, também, 30 anos do lançamento do livro Territórios/conjunções, poesia e prosa críticas de Murilo Mendes, do poeta e pesquisador Júlio Castañon Guimarães. Nele, estão incluídos textos inéditos do escritor juiz-forano no Brasil. O pesquisador também esteve envolvido em uma série de publicações sobre a produção de Daibert.
Convergências: o real e o poético apresenta, também, uma série de obras de arte adquiridas pelo museu ao longo destes 18 anos. Alvarez aponta que esses trabalhos chegaram ao MAMM/UFJF a partir de doações realizadas pelos próprios artistas e por meio de editais realizados pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e outras instituições. “Nesta convergência memorável, seguindo rumos e construções poéticas, estamos sintonizados com aspectos fundamentais do projeto muriliano, como o culturalismo e o rigor poético”, conclui.