Murilo Monteiro Mendes, segundo filho de Onofre Mendes e Elisa Valentina Monteiro de Barros, nasce em 13 de maio, dia de celebração da Abolição da Escravatura no Brasil, numa casa situada à Rua Direita número 4, hoje Avenida Barão do Rio Branco, no Alto dos Passos, Juiz de Fora.
Aos 28 anos, no dia 20 de outubro, em decorrência de trabalho de parto, falece Elisa Valentina, dama “afeiçoada ao canto e ao piano”. Onofre Mendes se casaria, novamente, com Maria José Monteiro. Sobre sua segunda mãe, escreve o poeta: “risquei do vocabulário a palavra madrasta”.
Conforme escreve o poeta em A idade do serrote, aos 7 anos de idade, aprende a rimar e metrificar com o poeta Belmiro Braga, autor de Montezinas, que lhe facultaria o uso de sua biblioteca onde descobre Bocage, Antônio Nobre, Cesário Verde, Eça de Queirós, entre outros.
Inicia sua vida escolar no Colégio Moraes e Castro, em Juiz de Fora; depois transfere-se para o Colégio Malta.
Acontece a aparição do cometa Halley. Segundo o próprio Murilo, na passagem do Halley se manifesta “a subversão da vista, a primeira ideia do cosmo”, a anunciação de sua alma poética: “o cometa Halley me revelou o mundo da fábula cósmica tanto que Manuel Bandeira diz que eu penetrei nos céus agarrado à cauda daquele cometa”.
É matriculado, aos 11 anos, na Academia de Comércio de Juiz de Fora, onde tivera uma vida colegial tumultuada, fugindo frequentemente das aulas para flainear pela imensa propriedade dos padres, observando, a botânica e os insetos. Posteriormente é transferido para o Colégio Lucindo Filho, dirigido pelo poeta Machado Sobrinho, passando a frequentar o Grêmio Literário Raimundo Correia.
Aos 14 anos já tinha lido Júlio Verne, La Fontaine e os mestres do teatro clássico francês: Racine, Corneille e Molière; por orientação do professor Almeida Queirós, que o acolhia e lhe proporcionava o “Santo dos santos, a peça mágica das arcas” de onde retirava preciosos livros dos séculos XVII e XVIII, adiando o seu contato com Gérard de Nerval e Charles Baudelaire, sob pretexto de não ser ainda o tempo do entendimento.
Entusiasmado por uma garota, ingressa na Escola de Farmácia de Juiz de Fora, abandonando-a logo depois, acompanhando a saída da garota.
Principia nas primeiras atividades literárias, escrevendo poemas em prosa durante a permanência no Colégio Santa Rosa, em Niterói. Aluno irregular e indisciplinado, em julho, foge do colégio interno para assistir aos balés de Diaghilev e presenciar Nijinsky dançar Le spectre de la rose, Sherazade e L’après-midi d’un faune, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O afamado bailarino russo é estimado pelo poeta como sua segunda anunciação rumo à poesia. Insubmisso, Murilo Mendes torna-se um problema para a família, que tenta empregá-lo como telegrafista, prático de farmácia, guarda-livros, funcionário de cartório e professor de francês num colégio em Palmira, hoje cidade de Santos Dumont.
Atendendo à solicitação da jovem Maria Luiza Carvalho, sua vizinha à Rua da Imperatriz, número 508, atual Rua Marechal Deodoro da Fonseca, Juiz de Fora, copia em seu “caderno de moça”, com intenção de iniciação à leitura de poesia, uma coletânea de poemas de autores regionais, nacionais e portugueses.
Sob a sigla MMM (Murilo Monteiro Mendes) e, depois, com o pseudônimo De Medinacelli, colabora no jornal A Tarde de Juiz de Fora, escrevendo uma coluna intitulada “Chronica Mundana”. No final do ano, a convite do irmão mais velho, o engenheiro José Joaquim, muda-se para o Rio de Janeiro, indo trabalhar como arquivista no Ministério da Fazenda.
Estabelece amizade com Ismael Nery, desenhista nomeado da Seção de Arquitetura e Topografia da Diretoria do Patrimônio Nacional (Ministério da Fazenda). Essa relação só terminaria com a morte, aos 33 anos, de Ismael Nery, em 1934. Na acolhedora casa de Ismael, à Rua São Clemente, número 170, Rio de Janeiro, participa de discussões filosóficas com intelectuais, entre outros, Antonio Bento, Mário Pedrosa, Aníbal Machado, Jorge Burlamaqui, Álvaro Moreyra, Cícero Dias, Guignard e Barreto Filho. Mais tarde conheceria Graça Aranha, Mário e Oswald de Andrade. Nesse tempo, Murilo Mendes, interessado em música moderna, frequentava concertos repertoriados em Stravinsky, Debussy e outros.
No ano da celebração do centenário da Independência do Brasil (1822), eclode em São Paulo, no Teatro Municipal, a Semana de Arte Moderna, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro.
No atesto do seu acercamento com o universo das artes plásticas, Murilo Mendes é retratado pelo amigo Ismael Nery e por Reis Jr.
Sintonizado com o espírito de irreverência do “Manifesto Antropófago” de Oswald de Andrade, publica seu primeiro poema-piada “República” na Revista de Antropofagia (ano 1, n. 7, nov. 1928).
Colabora na segunda “dentição” da Revista de Antropofagia (n. 14, jul. 1929), e apresenta a exposição (31 obras) de Ismael Nery no Palace Hotel (Rio de Janeiro). Contribui com o poema “Canto novo” na Revista Verde (Cataguases, ano 1, n. 1, 2º fase, maio 1929).
Por iniciativa de Onofre Mendes publica Poemas (1925-1929) pela Livraria Editora Dias Cardoso (Juiz de Fora). Este primeiro livro de Murilo Mendes seria agraciado, em 1931, com o Prêmio de Poesia da Fundação Graça Aranha, e considerado por Mário de Andrade “historicamente o mais importante dos livros do ano”.
Guignard pinta o primeiro retrato do poeta, e, em 1931, o segundo retrato, no qual se observa na parede do cenário, à direita, uma tela cubista de Nery, assinada com as letras iniciais I.N.
Escreve, entre 1930 e 1931, o auto Bumba-meu-poeta, publicado na Revista Nova (São Paulo, ano 2, n. 8, dez. 1932).
É retratado por Portinari.
Publica o livro de poemas-piadas História do Brasil pela editora Ariel (Rio de Janeiro). Este livro, excluído pelo poeta da obra completa Poesias 1925-1955 (José Olympio, 1959), se reeditaria sob organização da filóloga italiana Luciana Stegagno Picchio, dezesseis anos após o falecimento do poeta.
No período anterior à edição de História do Brasil, contribui com alguns poemas avulsos para o periódico Boletim de Ariel.
A morte do amigo Ismael Nery, em abril, provoca séria crise religiosa em Murilo Mendes, devolvendo-o às raízes do Cristianismo das origens e o impulsionando ao contato com o grupo francês da revista Esprit.
Junto com o fraterno amigo Jorge de Lima, publica Tempo e eternidade (Porto Alegre: Globo) e participa nas revistas A Ordem e Boletim de Ariel.
Torna-se inspetor de ensino secundário do Distrito Federal e, por própria iniciativa, publica O sinal de Deus, livro imediatamente retirado de circulação.
Por portaria do Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, é designado secretário da Comissão Nacional de Literatura Infantil.
Colabora na revista Lanterna Verde (Rio de Janeiro, ano 1, n. 4, nov.).
Publica, de julho a setembro, vários artigos na revista carioca Dom Casmurro.
Pela Cooperativa Cultural Guanabara (Rio de Janeiro) sai o livro A poesia em pânico, escrito entre 1936 e 1937.
Na madrugada de 1º de setembro, dá-se o começo da Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polônia pelas tropas de Hitler. Quando se dá a tomada de Salzburgo pelos alemães, Murilo Mendes telegrafa a Hitler, protestando em nome de Wolfgang Amadeus Mozart.
Conhece a poeta Maria da Saudade Cortesão, que residiu no Brasil durante as décadas de 1940 e 1950, filha do historiador português Jaime Cortesão exilado pelo governo salazarista.
Inicia amizade com o casal de pintores Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva, instalados, de 1940 a 1947, no Rio de Janeiro, fugindo da perseguição nazista.
Publica pela Editora José Olympio (Rio de Janeiro) O visionário (1930-1933).
Colabora na Revista Acadêmica (Rio de Janeiro) com os artigos “C. D. A.” e “Duas palavras”.
No Brasil, a consagrada artista portuguesa Vieira da Silva pinta o amigo Murilo Mendes.
Vítima de tuberculose, falece, em Juiz de Fora, Onofre Mendes. Também vitimado pela mesma enfermidade, por seis meses, Murilo Mendes é internado no Sanatório Boa Vista, em Correias (RJ).
Dedicado “à memória de Wolfgang Amadeus Mozart”, com capa de Santa Rosa e ilustrações de Portinari, publica As metamorfoses, composto de dois livros: As metamorfoses (1938) e O véu do tempo (1941).
Composto de 38 poemas, escritos em 1942, dedicado à Maria da Saudade Cortesão, publica, pela Globo (Porto Alegre), o livro Mundo Enigma, enquanto a Editora Agir (Rio de Janeiro) edita o livro em prosa, O discípulo dos Emaús, escrito em 1943, integrado por 754 aforismos filosóficos.
Durante o governo do Presidente José Linhares (1945-1946), em decorrência de sua amizade com o Magistrado Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa, Murilo Mendes é contemplado com um pequeno cartório.
Torna-se escrivão da 4ª Vara da Família do Distrito Federal.
Escreve, entre 1946 e 1948, Sonetos brancos, composto de 22 sonetos que seria publicado em Poesias (1959).
Principia sua colaboração no Jornal de Letras de Artes, suplemento de A Manhã (Rio de Janeiro) com uma série de artigos sobre música e formação de discoteca.
É publicado, no Rio de Janeiro, a segunda edição de O discípulo dos Emaús.
Casa-se com Maria da Saudade e publica Poesia liberdade, escrito entre 1943 e 1945, dedicado “aos poetas moços do mundo”.
Sob o título “Recordações de Ismael Nery” publica, simultaneamente, no Letras e Artes, suplemento de A Manhã (Rio de Janeiro) e, n’O Estado de S. Paulo, 17 crônicas que recuperam a passagem e as ideias de Nery.
Ilustrado com seis litografias do pintor francês Picabia, subdividido em 11 poemas, sai, em Paris, pela Imprimerie Union, a edição rara de Janela do caos, poema integrante de Poesia liberdade.No Rio de Janeiro, encontra-se com o escritor e “filósofo do absurdo”, Albert Camus, que define Murilo Mendes, em Diário de viagem, como um sujeito de “espírito fino e resistente”, porém melancólico.
Flávio de Carvalho realiza dois retratos de Murilo Mendes.
Realiza sua primeira viagem à Europa, quando revê Albert Camus e estabelece amizade com André Breton, René Char, Magritte e outros.
Na Sorbonne (Paris) profere conferência sobre o amigo Jorge de Lima, cuja morte acabava de ocorrer. Entre 1953 e 1956, continua sua missão cultural na Bélgica e Holanda, ministrando conferências e cursos sobre diversos aspectos do Brasil.
Conhece o pintor italiano Alberto Magnelli.
Editado pelo Ministério da Educação e Cultura (Rio de Janeiro: Imprensa Nacional) publica Contemplação de Ouro Preto (1949-1950).
Retorna ao Brasil e realiza conferências no Rio de Janeiro e São Paulo.
Pretendendo visitar a Espanha como professor de literatura, tem o visto negado e é considerado persona non grata pelo governo ditatorial do General Franco.
Transfere-se para a Itália, aos 56 anos de idade, contratado pelo Departamento Cultural do Itamarati para exercer a função de professor de Cultura Brasileira na Universidade de Roma, e na Universidade de Pisa.
Instala-se, em Roma, num apartamento à Viale Castro Pretorio, número 64 (1º p.), de onde se mudará pouco tempo depois para a Via Del Consolato, número 6, endereço que se tornará ponto de referência para intelectuais e artistas plásticos.
Publica pela Pierre Seghers (Paris), o livro Office humain, tradução de Dominique Braga e Maria da Saudade Cortesão Mendes.
Contendo sua produção de 1925 a 1955, à exceção dos livros O sinal de Deus e História do Brasil, publica Poesias 1925 – 1955.
Publica, na Itália, Siciliana, texto bilíngue traduzido por Giuseppe Ungaretti, e, em Portugal, Tempo espanhol.
Sob direção de Irineu Garcia e Carlos Ribeiro, capa de Paty Lazarotto, pelo selo Festa (São Paulo), sai o disco POESIAS: Murilo Mendes & João Cabral de Melo Neto. No lado A do disco, podemos ouvir Murilo Mendes recitando oito poemas: “Jandira”, “A sesta”, “Metafísica da moda”, “Metade pássaro”, “Poema barroco”, “A marcha da História”, “A ceia sinistra” e “Pastoral”.
Organizada por Ruggero Jacobbi, em edição bilíngue (português-italiano), com traduções do organizador, Luciana Stegagno Picchio, Chiochio e Ungaretti, edita-se Introdução à poesia de Murilo Mendes.
A Revista de Cultura Brasileña, em Madrid, publica Siete poemas inéditos, traduzidos por Dámaso Alonso e Ángel Crespo.
Integra a antologia sueca Fem brasilianska poeter (Estocolmo: Ed. P. A. Norsdedt & Soners).
Luigi Dallapiccola tendo como referência a poesia de Murilo Mendes, traduzida para o italiano por Ruggero Jacobbi, compõe a peça musical Preghiere para barítono e orquestra de câmara (Sex Carmina Alcaei. Music Today).
No Palácio Strozzi, em Florença, acontece uma retrospectiva da obra do amigo pintor Alberto Magnelli, cuja apresentação do catálogo ficou a cargo de Murilo Mendes.
Retorna ao Brasil, tendo por missão selecionar artistas para a 32ª Bienal de Veneza. Integram a delegação brasileira: Tarsila do Amaral, Volpi, Mavigner, Palatnik, Weissmann, Glauco Rodrigues e Maria Bonomi, criadores que iconizam “o espírito da arte atual e o espírito da contínua mudança e severidade na busca estilística”.
Organizada pelo poeta para a Livraria Moraes Editora, publica, em Lisboa, Antologia Poética.
Pela coleção Poeti Europei, coordenada por Ruggero Jacobbi, sai, na Itália, Le metamorfosi, pela Editora Lerici.
Murilo Mendes retorna às origens no livro de memórias A idade do serrote, escrito entre 1965 e 1966, publicado pela Editora Sabiá.
Organizada por Ruggero Jacobbi, publica a antologia bilíngue Poesia libertá (Accademia-Sansoni, Milão).
Participa de antologias coletivas na Alemanha e Argentina. No Brasil, coordenado por Laís Corrêa de Araújo, é publicado o livro Murilo Mendes (Petrópolis: Vozes). Pela Editora José Olympio (Rio de Janeiro) publica Poliedro.
Neste ano, Murilo Mendes é agraciado, na Itália, com o Prêmio Internacional de Poesia Etna-Taormina, anteriormente concedido a Dylan Thomas, Jorge Guillén, Salvatore Quasimodo e Ungaretti, entre outros.
Após anos de ausência, em agosto, retorna ao Brasil.
O Conselho Estadual de Cultura de São Paulo publica a primeira série de Retratos-Relâmpago (1965-1966).
O importante e antigo Prêmio Viareggio que há 40 anos estimula as melhores obras literárias produzidas em língua italiana, aquilatado de Prix Goncourt da Itália, anteriormente outorgado a Pablo Neruda (1968), é concedido a Murilo Mendes.
Publica o texto poético Marrakech, com litografias de G. I. Giovannola, pela All’Insegna del Pesce d’Oro (Milão).
Murilo Mendes falece, na casa do seu sogro, Jaime Cortesão, em Lisboa, acometido por uma fulminante síncope cardíaca.
Realizado, entre junho de 1971 (Roma) e fevereiro de 1977 (São Paulo), o documentário Murilo Mendes: a poesia em pânico, roteiro e direção de Alexandre Eulálio, recebe o Prêmio Governador do Estado de São Paulo de melhor documentário de curta-metragem.
A Universidade Federal de Juiz de Fora, aprova a doação da biblioteca pessoal de Murilo Mendes realizada pela viúva do poeta, Maria da Saudade Cortesão Mendes.
É publicado, na Itália, o livro de poesias Ipotesi (Roma: Guanda).
Publica La virgen imprudente y otros poemas (Buenos Aires: Calicanto Editorial), e 29 Poemas (Lima: Centro de Estudos Brasileños).
A Revisté a Unionii Scriitorilor Din R. S. Steau publica os poemas Ipotesi.
O poeta Affonso Romano de Sant’Anna organiza a antologia O menino experimental (São Paulo: Editora Sammus).
Selecionados por Maria da Saudade Cortesão Mendes e com introdução de Luciana Stegagno Picchio, os escritos em prosa produzidos por Murilo Mendes, entre 1931 e 1974, são publicados no livro Transístor (Rio de Janeiro: Nova Fronteira).
Neste ano, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), Pietro Maria Bardi organiza a exposição Brasil-Itália: um poeta brasileiro na Itália, Murilo Mendes | um poeta italiano no Brasil, Giuseppe Ungaretti.
É publicada a segunda edição de O Visionário.
O Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), em outubro, realiza a exposição O olhar do poeta, organizada por Maria da Saudade e João Nuno Alçada, que explora o notório interesse de Murilo Mendes pelas artes visuais: texto e colecionismo. Integrada por 155 obras de 47 artistas estrangeiros e 4 brasileiros, esta fascinante coleção do poeta será adquirida, em 1993, pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais.
Prefaciado por Luciana Stegagno Picchio, com ilustrações (desenhos) e uma gravura original de Vieira da Silva, saem 250 exemplares, em edição de luxo, do álbum Janelas verdes, por iniciativa da Galeria 111 (Lisboa).
Com organização, introdução e notas de Luciana Stegagno Picchio, 16 anos depois da morte do poeta, a editora Nova Fronteira (Rio de Janeiro) publica o livro História do Brasil: “testemunho de uma estação literária irrepetível para as letras do Brasil e singular dentro do próprio itinerário do poeta” (Picchio).
A revista portuguesa Colóquio: Letras (n. 129/130, jul./dez.) publica os poemas do livro Ipotesi traduzidos por Maria da Saudade Cortesão Mendes.
Na Embaixada do Brasil, em Lisboa, é celebrado, entre a viúva do poeta Maria da Saudade Cortesão Mendes e os representantes do governo brasileiro (Embaixada do Brasil, Ministério da Educação e Universidade Federal de Juiz de Fora), um Termo de Contrato de Transferência do Acervo de Arte de Murilo Mendes, que transfere obras de artistas brasileiros e estrangeiros, para a universidade juiz-forana.
No antigo casarão da Faculdade de Filosofia e Letras (FAFILE), localizada na avenida Rio Branco, número 3.372, a Universidade Federal de Juiz de Fora inaugura o Centro de Estudos Murilo Mendes (CEMM), com a presença do presidente da República Itamar Franco, ministros do estado, embaixadores e diversas outras autoridades.
Com organização, preparação de textos, notas e introdução da filóloga Luciana Stegagno Picchio, é publicado o livro Murilo Mendes: obra completa e prosa, editado pela Nova Aguilar (Rio de Janeiro).
Acontece a transformação do Centro de Estudos Murilo Mendes em Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM), inaugurado em 20 de dezembro de 2005, tendo por missão inventariar as coleções, ampliar a compreensão do diálogo do poeta com o universo das artes e preservar a memória literária juiz-forana.